Em Mensagem(1934), uma das poucas obras que publicou em vida, até ao último momento intitulada Portugal, visualizava o «futuro do passado» de Portugal, entendido como rosto e olhar duma Europa e dum Ocidente abertos à Universalidade de que Portugal fora precursor com os Descobrimentos, fitando «o mar sem fim». Esse «Quinto Império» de Paz e Fraternidade só será possível após o fim do atual império. O nacionalismo místico e messiânico de Pessoa rejeita pois o nacionalismo oficial do Estado Novo: «Para o destino que presumo que será o de Portugal, as colónias não são precisas.» – escreve também em 1934.
Não há nenhum tipo de fronteiras nem geográficas nem políticas neste Portugal simbólico: de «Brasão» a «Encoberto» irrompe um sebastianismo que, ao não se querer fechado no passado, se transforma em mito poético pessoano construtor de futuro. Em suma, messianismo religioso e futurismo vanguardista nele convivem como alicerces de intensificação total do futuro.
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