Memórias de Paz em tempo de Guerra – Niassa, Moçambique 1961/63

«O Capitão olhou para ele e deu-lhe apenas um sorriso. E pôs-lhe a mão no ombro, em silêncio. Num como ritual. Como se o investisse e se se investisse, ele também, de algo de muito importante, de quase transcendente, sagrado – e selassem, ali, uma aliança, mais que isso, a amizade inter-racial (entre todos os homens). Ninguém falou. O momento era demasiado solene. Sagrado talvez. Em absoluto. Ninguém podia falar. (…)

E foi no outro dia, tardinha já, que chegaram a Metangula, mesmo quase sobre o lago, naquele tremeluzir de “águas a perder de vista, sem fim”, o exacto significado de Niassa ou Nassa em língua nativa, e o sol, ainda não afogado de todo, morrendo devagar.»