Até Acabar com o Diabo
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Dizem que há pessoas que não fazem falta nenhuma ao mundo, que costuma haver pelo menos uma pessoa dessas em cada terra. E quando não há, dizem também, logo o destino se encarrega de a fazer chegar, por uma razão qualquer, ou até sem razão nenhuma. O Diabo era uma dessas pessoas, é o que quase toda a gente pensa, e se não fosse o mau-cheiro que lhe começou a sair da boca algumas horas depois de o burro ter entrado no café do Compadre Sabiniano, se não fosse por isso, nem teria valido a pena perderem tempo a enterrá-lo.
– Exactamente, senhora Domingas!
Um dia, logo pelo começo da manhã, Francisco fez-lhe uma espera em cima de um sobreiro. E quando ele passou montado no burro saltou-lhe para as costas e espetou-lhe uma faca de matar porcos na cabeça.
– Espetei-lha muitas vezes, senhor doutor, pelo menos umas dez vezes. Fui-lhe furando a cabeça sem ligar aos gritos que faziam levantar das árvores a passarada toda. E fiquei naquilo até o burro me atirar ao chão e desaparecer pelo caminho abaixo, com o filho da puta de rojo agarrado ao rabo.
(…)
Quando a uma imaginação prodigiosa se alia o dom de um contador de histórias o resultado é, sem dúvida, o convite a uma leitura compulsiva. È o caso deste «Até Acabar com o Diabo», último romance de António Manuel Venda, autor da colectânea de contos «Quando o Presidente da República Visitou Monchique por Mera Curiosidade», cuja primeira edição esgotou em poucos dias e lhe valeu nomeadamente o prémio «Revelação Inasset», e do também premiado romance «Os Abençoados Fiéis do senhor S. Romão», ambos da Pergaminho. Licenciado em «Organização e Gestão de Empresas», este jovem escritor algarvio promete novamente impressionar o leitor com o hibridismo característico das suas narrativas, em que o quotidiano e o surreal se fundem num imaginário povoado por personagens tão típicas da realidade algarvia, e não só, como inesperadas. – Antónia Santa Clara, O Independente, 17.07.98
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Category: Ficção
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Dizem que há pessoas que não fazem falta nenhuma ao mundo, que costuma haver pelo menos uma pessoa dessas em cada terra. E quando não há, dizem também, logo o destino se encarrega de a fazer chegar, por uma razão qualquer, ou até sem razão nenhuma. O Diabo era uma dessas pessoas, é o que quase toda a gente pensa, e se não fosse o mau-cheiro que lhe começou a sair da boca algumas horas depois de o burro ter entrado no café do Compadre Sabiniano, se não fosse por isso, nem teria valido a pena perderem tempo a enterrá-lo.
– Exactamente, senhora Domingas!
Um dia, logo pelo começo da manhã, Francisco fez-lhe uma espera em cima de um sobreiro. E quando ele passou montado no burro saltou-lhe para as costas e espetou-lhe uma faca de matar porcos na cabeça.
– Espetei-lha muitas vezes, senhor doutor, pelo menos umas dez vezes. Fui-lhe furando a cabeça sem ligar aos gritos que faziam levantar das árvores a passarada toda. E fiquei naquilo até o burro me atirar ao chão e desaparecer pelo caminho abaixo, com o filho da puta de rojo agarrado ao rabo.
(…)
Quando a uma imaginação prodigiosa se alia o dom de um contador de histórias o resultado é, sem dúvida, o convite a uma leitura compulsiva. È o caso deste «Até Acabar com o Diabo», último romance de António Manuel Venda, autor da colectânea de contos «Quando o Presidente da República Visitou Monchique por Mera Curiosidade», cuja primeira edição esgotou em poucos dias e lhe valeu nomeadamente o prémio «Revelação Inasset», e do também premiado romance «Os Abençoados Fiéis do senhor S. Romão», ambos da Pergaminho. Licenciado em «Organização e Gestão de Empresas», este jovem escritor algarvio promete novamente impressionar o leitor com o hibridismo característico das suas narrativas, em que o quotidiano e o surreal se fundem num imaginário povoado por personagens tão típicas da realidade algarvia, e não só, como inesperadas. Um pintor que para vingar a sua Adelaide costureira mata o Diabo com uma faca de matar porcos é apenas a promessa das páginas iniciais. Porque melhores são sem dúvida as histórias do Raposo do Besteiro e a fuga do septuagenário Corvo Espanhol do asilo de Monchique (e as peripécias da cobertura televisiva e radiofónica) que, segundo os populares de S. Bartolomeu das Osgas, atravessa o país na sua vassoura de vender bolotas, transformadas em caramelos espanhóis. E os morcegos-rouxinóis que assobiam músicas do Marco Paulo e do Roberto Leal nas ruas da Baixa de Lisboa. O humor e a ironia a destacarem-se na nova geração de autores portugueses contemporâneos. – Antónia Santa Clara, O Independente, 17.07.98
Autor: A.M.Venda
Editoras: Pergaminho
ISBN: 9789727111404
Páginas: 136
Publicado: 2005
Formato: 141 x 211 x 16 mm
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